Marta Cuscunà (Itália)
EARTHBOUND (aka the Camille stories)
SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL - Sala Luis Miguel Cintra
20 e 21 de maio às 20h (sex, sáb)
Estreia Nacional
⇨ COMPRAR BILHETES Bilhetes: 12€ a 15€ (com descontos) +info
Técnica: Animatrónicos, teatro visual Idioma: Italiano, com legendagem em português Público-alvo: +12 (A classificar pela CCE) Duração: 70 min.
⇨ Audiodescrição: 21 de maio às 20h (sáb) | Legendagem para surdos em português - Closed Captions (CC): 20 e 21 maio
A nova criação de Marta Cuscunà é um monólogo para uma atriz e criaturas animatrónicas, que transforma em teatro o pensamento ecofeminista de Donna Haraway no livro Staying with the trouble.
Um espetáculo de marionetas de ficção científica que explora um futuro não muito longínquo no qual a manipulação do genoma humano traz vida de volta às áreas do planeta danificadas pela Humanidade.
Estar à beira da extinção não é mais uma metáfora. Para sair da atitude destrutiva de GAME OVER que poderia afetar-nos, a filósofa Donna Haraway escreveu Staying with the trouble, um ensaio especulativo que inclui contos de ficção científica, onde imagina futuros possíveis em que a espécie humana une forças com outras espécies para salvar o nosso planeta e cuidar dele novamente (e melhor). Inspirado nas histórias de Haraway, o espetáculo mostra uma pequena colónia de indivíduos que migraram para áreas devastadas pela superexploração humana para as curar, graças à colaboração simbiótica com parceiros não humanos. Eles são os Earthbound.
Os Earthbound ganham vida no palco através das técnicas animatrónicas projetadas por Paola Villani e inspiradas nas obras da artista australiana Patricia Piccinini. Na sua construção colaboraram também artistas portugueses, João Rapaz e a sua equipa. A tradição do teatro de marionetas italiano é contaminada com técnicas inovadoras de manipulação, uma das vertentes mais magnéticas e cativantes do teatro de Marta Cuscunà.
E se, como afirma Donna Haraway: “histórias fazem mundos e que mundos fazem histórias”, Earthbound é um dos possíveis contos do novo mundo em que podemos encontrar-nos a viver amanhã.
"Um futuro para a marioneta: Earthbound, o Manifesto Cyborg de Marta Cuscunà (...). O que sempre surpreende nos espetáculos de Cuscunà é ver como a atriz sabe dar vida, voz e corpo às suas sofisticadas marionetas (...). Cuscunà manipula-as habilmente graças a algum dispositivo diabólico, alterando simultaneamente o registro vocal que passa de um para o outro, com uma facilidade e inventividade fora do comum. (...). No final, um grande e merecido aplauso (...) que demonstra todo o seu extraordinário talento e carisma. Brava!" - Flaviano Bosco, Instart
"Marta Cuscunà dá voz e interpreta cada personagem, incluindo a velha Camille moribunda e a mais mutante de todas que é Gaia, com a habitual mestria, cada vez mais refinada, que a fez obter tantos prémios, mesmo internacionalmente, e com um humor claro e contagiante.
As luzes sobrenaturais são lindas, com curadoria de Claudio "Poldo" Parrino e a equipa de animação é muito boa (...). Aplausos do público de Operaestate."
-Laura Vicenzi, Bassanonet
BIO
As criações singulares e carismáticas de Marta Cuscunà expressam-se através do teatro visual e de marionetas, com uma grande força emocional. No São Luiz Teatro Municipal pudemos ver os espetáculos A simplicidade traída (La semplicità ingannata) e Sorry, Boys, que fazem parte da sua trilogia sobre a Resistência Feminina, mas também Il Canto della Caduta.
Marta Cuscunà nasceu em Monfalcone, uma pequena cidade operária conhecida pelo seu estaleiro, onde se constroem os maiores navios de cruzeiro do mundo, e por deter o recorde do número de mortes por doenças causadas pelo amianto. Estudou na Prima del Teatro: Scuola Europea per l’Arte dell’Attore, onde conheceu alguns dos grandes mestres do teatro contemporâneo: Joan Baixas (teatro visual), José Sanchis Sinisterra (dramaturgia) ou Christian Burgess. Em 2006 fez a sua estreia internacional em "Merma Neverdies", espetáculo com marionetas de Joan Miró, dirigido por Joan Baixas para a Tate Modern, em Londres. Em 2007 voltou a atuar em Itália com "Indemoniate", espectáculo de Giuliana Musso e Carlo Tolazzi, dirigido por Massimo Somaglino. Em Maio de 2009 trabalhou em Espanha no espetáculo "Zoé, inocencia criminal", produção do Teatre de la Claca, Barcelona, encenado por Joan Baixas. Em 2009, ganhou o Prémio Scenario Ustica com “È bello vivere liberi!”, um projeto para uma atriz, cinco marionetas e uma boneca, escrito, dirigido e interpretado por Marta Cuscunà. Em 2011 obteve uma bolsa de estudos para participar em "… think only this of me...", um projeto para atores e músicos da Guildhall School of Music and Drama (Londres), dirigido por Christian Burgess. Em 2012 estreia o seu segundo projeto "A simplicidade traída" (“La semplicità ingannata”), e recebe a menção especial do Prémio Eleonora Duse. Em 2015 estreou “Sorry, Boys”, terceira parte da sua trilogia sobre a resistência feminina, Premio Rete Critica 2017 para melhor espetáculo (promovido pela rede de blogs e sites independentes de informação e crítica teatral).
Em 2018 estreou “Il canto della caduta”, obra em que combina o imaginário ancestral do mito de Fanes com os princípios da animatrónica, utilizada na manipulação das marionetas, e obtém o Premio della Critica, atribuído pela ANCT, l’Associazione Nazionale Critici del Teatro. Em 2019 recebe o Premio Hystrio - Altre Muse. De 2009 a 2019 fez parte do projeto Fies Factory da Centrale Fies. Em 2021 tornou-se artista associada do Piccolo Teatro di Milano.
Prémios: Prémio Scenario per Ustica (2009); Finalista Prémio Ubu para melhor atriz com menos de 30 anos (2010); Finalista Prémio Virginia Reiter para melhor atriz com menos de 30 anos (2011); Menção honrosa no Prémio Eleonora Duse (2012); Prémio Last seen para melhor espetáculo do ano; Prémio Città Impresa (2013); Prémio Franco Enriquez (2013); Finalista Prémio Ubu para melhor atriz/performer (2016); Prémio Rete Critica (2017); Prémio della Critica – ANCT (2018); Prémio Hystrio - Altre Muse (2019).
FICHA ARTÍSTICA
Livremente inspirado no livro Staying with the trouble, de Donna Haraway
Criação e interpretação: Marta Cuscuna Cenografia e conceção animatrónica: Paola Villani Assistente de encenação: Marco Rogante Realização animatrónica: Paola Villani, Marco Rogante Escultura e modulação de criaturas animatrónicas: João Rapaz, Janaína Drummond, Mariana Fonseca, Rodrigo Pereira, Catarina Santiago, Francisco Tomàs (Oldskull FX, Lisboa) Dramaturgia: Giacomo Raffaelli Desenho de som: Michele Braga Desenho de luz: Claudio “Poldo” Parrino Direção de cena, eletricista chefe e engenheiro de som: Marco Rogante Construção da cenografia na oficina de: Emilia Romagna Teatro Fondazione Fotografias: Guido Mencari Patrocinadores técnicos: igus® innovazione con i tecnopolimeri; Marta s.r.l. forniture per l’industria Agradecimento especial: Giusi Merli, que gentilmente concedeu o uso da sua aparência para a Camille 1 e a Guqin Wu por ter partilhado parte do nosso caminho com tanta generosidade Coprodução: Emilia Romagna Teatro Fondazione, CSS Teatro stabile di innovazione del FVG, Etnorama Apoios: São Luiz Teatro Municipal, i-Portunus, A Tarumba - Teatro de Marionetas, Italian Institute of Culture - Lisboa, Cidadãos que se juntaram ao projeto #iosonoMecenate Em colaboração com: Dialoghi - Residenza delle arti performative a Villa Manin 2018/2020 Agradecimentos: Andrea Macaluso, Antonella Ninni, Barbara Boninsegna, Eleonora Odorizzi, Famiglia Cuscunà, Famiglia Villani e dipendenti ditta Marta, Filippo Raschi, Francesco Gritti, Francesco il biciclettaio, Il lavoratorio, Jean-François Mathieu, Laura Marinelli, Maria Magalhaes, Sue Ellen, Chiara Venturini, Samuele Nicolettis per Veleria Onesails, Valentina Fogliani