Curtas de Papel, Osso e Fel
A Tarumba
A Tarumba estreou em Lisboa, no Teatro do Bairro, "Curtas de Papel, Osso e Fel".
12 a 16 de fevereiro | quarta a sábado às 21h30, domingo às 17h
Teatro do Bairro | Rua Luz Soriano, 63
Preço: 10€ / 5€ (<25, >65, estudantes, profissionais do espetáculo e cartão amigo do TdB)
Reservas (Teatro do Bairro): 213 473 358 | 913 211 263
Bilhetes à venda na Bilheteira Online
É bom não podermos ouvir os gritos que fazemos nos sonhos dos outros.
- Edward Gorey
“Curtas de Papel, Osso e Fel” inspira-se no universo de vários autores, como Edward Gorey, Mário-Henrique Leiria ou Max Aub, para construir uma narrativa com múltiplas leituras de acontecimentos insólitos.
Uma criação sobre situações surreais ou bizarras que podem mudar completamente o rumo de uma vida. Histórias e estórias minúsculas perdidas em canções, livros, óperas ou inspiradas no quotidiano. Passado e futuro misturam-se. Uma reflexão lírica, pontuada com humor negro.
Retrato sobre o isolamento e a humanidade com pequenas narrativas visuais que tocam profundamente o nosso inconsciente. Um sopro, ponto de suspensão entre dois mundos: o humano e a matéria.
INSPIRAÇÃO
Primeiro matei-o nos meus sonhos, depois não o consegui evitar, matei-o mesmo. Era inevitável.
- Max Aub
Quando somos levados a fixar durante muito tempo o mesmo objeto, transformamo-lo.
- Mário-Henrique Leiria
Na abordagem a autores como Edward Gorey, Mário-Henrique Leiria ou Max Aub, mas também a cantores como Nick Cave, Elvis Presley ou Johnny Cash, entre outros, encontramos algo que os une - pequenas histórias insólitas sobre a morte e o amor. A partir daqui estava escolhido o ponto de partida e de inspiração, as murder ballads / baladas de morte.
As baladas de morte narram, de um modo geral, os pormenores de um crime mítico ou verdadeiro - quem é a vítima, por que o assassino decidiu matá-la, como a atraiu ao local do crime e o ato em si - seguido da fuga e/ou captura do assassino ou vinganças sobrenaturais. Terminam frequentemente com o assassino na cadeia ou a caminho da execução e podem, por vezes, incluir o apelo para que não se copie os males cometidos.
As baladas de morte exercem um estranho fascínio. Em tempos mais antigos foram também uma forma de dar a conhecer as notícias de acontecimentos tão macabros. Assumem todo o tipo de formas, desde contar a história do ponto de vista do assassino, tentando até retratá-lo de um modo algo simpático; do ponto de vista da vítima; ou com um maior distanciamento, descrevendo os detalhes do crime e da punição sem qualquer tentativa de despertar simpatia pelo criminoso. As suas origens recuam até à Idade Média e parecem ter origem na Escandinávia, Inglaterra, Irlanda ou Escócia.
Muitas destas baladas são grandes êxitos da cultura popular ou até mesmo as canções de vida de muitos casais apaixonados. A nossa atração pelo derramamento de sangue está profundamente arraigada no folclore, em contos de fadas ou em canções tradicionais.
"Curtas de Papel, Osso e Fel" parte do imaginário destas baladas para nos revelar histórias cheias de humor negro.
Os dispositivos criados para contar estas histórias são panoramas em movimento, figuras de papel articuladas, imagens e sinais gráficos. Um conjunto de cabeças articuladas funciona como um coro de assassinos, inspiradas nas antigas cabeças falantes utilizadas por mágicos ou ventríloquos e em autómatos. Vários panoramas de diferentes tamanhos e formatos relatam visualmente alguns dos acontecimentos bizarros.
A Tarumba estreou "Curtas de Papel, Osso e Fel" no Festival Internacional de Marionetas do Porto, a 17 e 18 de outubro, no Teatro Municipal do Porto - Rivoli.
FICHA ARTÍSTICA
Encenação, construção e atores-manipuladores: Luís Vieira, Rute Ribeiro Adaptação e textos: Rute Ribeiro Sonoplastia: Miguel Lucas Mendes Dispositivos luminosos: Zé Rui Operação de luz: Tânia Neto Operação de som: Rui Castro Produção executiva e assistência de manipulação: Daniela Matos Fotografias: José Caldeira⁄TMP, Susana Neves, Luís Vieira Residências artísticas: São Luiz Teatro Municipal, Théâtre Le Passage, Théâtre La Licorne Apoios e parcerias: Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC A Tarumba é uma estrutura financiada por: República Portuguesa - Ministério da Cultura | DGARTES Técnica: Panoramas, imagens e figuras de papel articuladas Público-alvo: +14 Duração: 45 min.