La Bande Passante (França)
VIES DE PAPIER
SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL- Sala Mário Viegas
25 e 26 de maio às 19h (sáb, dom)
Estreia Nacional
Técnica: Teatro de objetos documental Idioma: Francês, com legendagem em português Público-alvo: +11 (A classificar pela CCE) Duração: 75 min.
Apoio à apresentação: Institut Français du Portugal
Vies de Papier (Vidas de Papel), um teatro de objetos documental, nasceu de um achado singular: um álbum de fotografias em perfeito estado de conservação, adquirido numa feira da ladra, na Bélgica, leva Benoît Faivre e Tommy Laszlo a fazerem uma investigação que os conduz a Berlim, Frankfurt, Bruxelas e até à própria história das suas famílias.
Qual era o objetivo? Descobrir quem era aquela pessoa, cuja vida estava contida no álbum, uma mulher chamada Christa, nascida em 1933, na Alemanha, desde o seu nascimento até ao casamento na Bélgica, enfrentar a turbulência da história e tentar compreender porque este objeto os tocava tanto. Reminiscências e coincidências pontuam essa viagem iniciática pela memória. De que modo o destino desta imigrante os faz lembrar as trajetórias das suas avós, que fugiram dos seus países após o conflito? Este é o início de uma vasta pesquisa.
Atravessando a Europa, Benoît e Tommy entrevistaram especialistas da Segunda Guerra Mundial, genealogistas e os seus próprios familiares. Mas eis que numa fotografia de família, há uma bandeira com uma suástica... A história mundial chega à pequena história. A companhia reuniu muitos documentos, recuperados, fabricados, sonoros, visuais ou plásticos, para nos levar numa aventura documental filmada ao vivo.
No palco, as fotografias são recortadas e complementadas por desenhos e pinturas, organizadas com uma minuciosidade próxima da devoção. Os dois artistas falam diretamente com o público e refazem as várias etapas da sua viagem com a ajuda de fotografias ampliadas por uma câmara em direto, filmes da sua viagem e entrevistas de testemunhas que encontraram. Surgem relacionamentos próximos e coincidências surpreendentes. Gradualmente surge traçado o retrato de uma desconhecida e o de uma Europa ainda marcada pelas cicatrizes da Segunda Guerra mundial.
Em Vies de Papier, a companhia La Bande Passante questiona o processo que transforma o passado em memória e a própria transmissão da memória: o que é que vamos escolher para ver, para manter, para assumir ou do que vamos fugir?
"Através de uma cenografia inteligente, o espetáculo mistura fotografias da vida da sua heroína com o filme realizado durante a investigação, e com a récita, a duas vozes, no palco, onde a nossa própria história familiar encontra um eco inesperado. Arrebatador!" - Thierry Voisin, Télérama TTT
"Sensível e comovente, bem executado e muito inteligente, uma pepita a não perder." - Mathieu Dochtermann, ToutelaCulture
"A encenação é extremamente brilhante (...). Não perca este espetáculo único." - Isabelle Arnaud, Unification
BIO
Benoît Faivre tem múltiplos talentos. Estudou música, cinema e teatro, criou bandas sonoras para a rádio e tornou-se encenador e ator no teatro de objetos. Inspira-se em artistas como Roland Shön, ou em companhias como o Théâtre de Cuisine. No seu projeto artístico, o objeto encontrado revela um passado reinventado. Para a companhia, os objetos são como esponjas que devem ser lidos para lhes extrair histórias e possibilidades plásticas. Mais do que ferramentas, são verdadeiros detentores de ficção. Acompanhado pelo artista visual Tommy Laszlo, Benoît iniciou em 2015 uma pesquisa a partir de papéis antigos salvos do esquecimento: metamorfosearam pranchas botânicas, postais, plantas arquitetónicas em paisagens em volume, expostas, por exemplo, em Villes de Papier. As folhas impressas também se tornaram no cenário em miniatura do espetáculo Au fond. A criação da companhia La Bande Passante tomou um novo rumo com a descoberta de um arquivo real, cuja história ultrapassa a ficção. Ao criar Vies de Papier, Benoît Faivre e Tommy Laszlo fazem-nos viajar mais do que nunca no tempo e na memória.
FICHA ARTÍSTICA
Direção artística e interpretação: Benoît Faivre, Tommy Laszlo Direção técnica: Marie-Jeanne Assayag-Lion Escrita e realização: Benoît Faivre, Kathleen Fortin, Pauline Jardel, Tommy Laszlo Olhar exterior: Kathleen Fortin Fotografias: Pauline Jardel Música: Gabriel Fabing Luz: Marie-Jeanne Assayag-Lion Figurinos: Daniel Trento Técnica e construção: Marie-Jeanne Assayag-Lion, David Gallaire, Thierry Mathieu, Daniel Trento Construção de cenografia: La Boîte à Sel Direção de produção: Claire Girod Assistente de produção: Aurélie Burgun Coprodução: Théâtre Gérard-Philipe, Scène Conventionnée de Frouard, MarionNEttes - Festival International de Neuchâtel, Centre Culturel André-Malraux, Scène Nationale de Vandoeuvre-les-Nancy, La Méridienne, Scène Conventionnée de Lunéville, Espace Jéliote, Scène Conventionnée Marionnette d’Oloron-Sainte-Marie, Le Carreau, Scène Nationale de Forbach et de l’Est Mosellan, Mil Tamm, Projet Culturel du Pays de Pontivy, T-Werk Potsdam, Le Sablier, Pôle des Arts de la Marionnette en Normandie - Ifs/ Dives-sur-Mer, Moselle Arts Vivants, La Ville de Bruxelles / Nuit Blanche, La Ville de Metz (Services Patrimoine, Archives, Médiathèques), Metz Métropole (Musée de la Cour d’Or) Apoios: Le Mouffetard - Théâtre des Arts de la Marionnette, L’Arc, Scène Nationale du Creusot, Festival Perspectives. Texto laureado pela Commission Nationale d’Aide à la Création de Textes Dramatiques - ARTCENA / Mention Dramaturgies Plurielles, Aide à la Production Dramatique - DRAC Grand-Est, Aide à la Résidence DRAC Grand-Est / Agence Culturelle d’Alsace. La Bande Passante é apoiada pela Région Grand Est 2017-2019 Agradecimentos: Ville de Metz