Oligor y Microscopía (Espanha-México)
LA MÁQUINA DE LA SOLEDAD
12 a 15 de agosto às 21h30 (qua a sáb)
15 de agosto às 19h (sáb)
Bilhetes: 8€ / 6€ (se comprar 3 ou mais bilhetes para os espetáculos no Teatro do Bairro). +info
Estreia Nacional FIMFA Lx15
Técnica: Teatro de objetos documental Idioma: Espanhol Público-alvo: +12 (A classificar pela CCE) Duração: 80 min.
Uma mala cheia de cartas de amor de 1900, encontrada no México, revela a história de um casal, Manuel e Elisa.
La Máquina de la Soledad é uma investigação-homenagem ao objeto-carta e ao correio postal como um símbolo da humanidade.
Um teatro de objetos documental fascinante.
A partir de uma mala cheia de cartas de amor de 1900, encontrada no México, desenrola-se a história de um casal, Manuel e Elisa, duas pessoas que estão entre a ficção e a realidade, duas personagens desconhecidas, mas contundentes. Com uma delicadeza excecional, La Máquina de la Soledad apresenta-se como um grande espetáculo de pequeno formato. A partir de um trabalho de investigação de muitos anos, nasceu um dispositivo que cria pequenos fragmentos do mundo e nos leva pelos mecanismos da memória.
La Máquina de la Soledad é uma investigação-homenagem ao objeto-carta e ao correio postal como um símbolo da humanidade. A Máquina é um livro de memórias encenado através do teatro de objetos documental. É um espaço vulnerável criado com histórias de vida, recuperadas entre as populações do México e Espanha. Esta máquina é a ampliação de um instante feito com uma tecnologia precária, minúscula, invisível, que se ativa sempre que há tinta entre as mãos e um papel sobre o qual traçar um mapa textual dos sentimentos e afetos. Os seus mecanismos são as memórias que se escrevem em cada correspondência que, neste caso, foi recuperada em feiras no México e em Espanha, numa verdadeira arqueologia de objetos, imagens e histórias insólitas investigadas junto de carteiros reformados, arquivos e trabalhadores dos correios.
A Máquina é um documento de outro tempo, que se encontra em micro paisagens e inventários minúsculos, revelando emoções, e que protege o documento, a matéria. É um acumulador de eventos em vários formatos (textos, vídeos, fotografias, documentos, entrevistas, testemunhos) traduzidos numa pequena escala e que dá a devida importância ao envelhecimento da matéria.
Jomi Oligor, dos Hermanos Oligor (Espanha) e Shaday Larios, da Microscopía Teatro (México), apresentaram La Máquina de la Soledad no FIMFA Lx15, um espetáculo que ficou na memória do público e o primeiro projeto desta dupla de artistas. Um conto de amor, um espaço íntimo, quase secreto, vindo do outro lado do oceano e onde todos os mundos são ainda possíveis. Uma viagem emotiva, cheia de sensações, a não perder!
O futuro dos museus está dentro das nossas casas.
-Orham Pamuk
"Um maravilhoso documentário sobre as relações epistolares, atualmente à beira da extinção, e um museu onde os objetos falam para nos contarem a história dos seus ex-proprietários. Por vezes, pode parecer uma ficção, mas La Máquina de la Soledad é um documentário verdadeiro e sem retorno. Shaday e Jomi atestam a história de amor entre Manuel e Elisa.”
-Javier Vallejo, El País
"La Máquina de la Soledad foi para mim uma descoberta fundamental para entender mais profundamente a poética que contêm os objetos.”
-Mariana Romero, Revista Absurdo
BIO
Duas companhias que o FIMFA tem apresentado e seguido o seu trabalho. Oligor y Microscopía faz a sua pesquisa no campo do teatro de objetos documental, autómatos, mecanismos e miniaturas. Surgiu em 2013 da união de Jomi Oligor (Hermanos Oligor, Espanha) e Shaday Larios (Microscopía Teatro, México), depois de se conhecerem num festival em São Paulo e perceberem que o seu trabalho seguia caminhos paralelos. Ambos partilhavam um interesse especial por objetos, memória, miniaturas e fragilidade. Combinando uma visão plástica e uma dimensão mais reflexiva, trabalharam juntos em projetos como La Máquina de la Soledad, apresentado com grande êxito no FIMFA Lx15 (2015).
Jomi Oligor fundou a companhia Hermanos Oligor que criou o mítico espetáculo Las Tribulaciones de Virginia, apresentado nas edições do FIMFA de 2005 e 2010. Este espetáculo premiado fez várias digressões por vários países e mais de 600 apresentações. Jomi é doutorado em Belas Artes pela Faculdade de Cuenca, Universidade de Castilla-La Mancha, e formado em Belas Artes pela mesma instituição.
Microscopía é um grupo-laboratório de investigação cénica centrado nas possibilidades criativas “da pequena escala”, dirigido por Shaday Larios e fundado em 2003, em Barcelona. Investiga as atmosferas intimistas, as sensações de ternura, a poesia das imagens e o enigma do insignificante. Microscopía Teatro procura criar projetos de inclusão social e de filosofia da cena através dos valores da miniaturização e das faculdades dissociativas do teatro de objetos.
Shaday Larios é doutorada em Artes Cénicas pela Universidad Autónoma de Barcelona, onde se especializou em filosofia do teatro de objetos. Atualmente, dedica-se à pesquisa-criação do teatro de objetos documental. Ganhou o Prémio Internacional de Ensaio Teatral CITRU-Paso de Gato-ARTEZ (2010) com o texto Cenários pós-catástrofe: filosofia cénica do desastre. É autora dos livros: Los objetos vivos. Escenarios de la materia indócil (Paso de Gato, 2018); e Detectives de objetos (La uÑa RoTa, 2019).
Jomi e Shanday fundaram ainda ‘El Solar. Agencia de Detectives de Objetos’, juntamente com Xavier Bobés, um projeto de práticas de território e cultura material, com o qual têm três casos resolvidos.
FICHA ARTÍSTICA
Criação, construção e interpretação: Shaday Larios, Jomi Oligor Coprodução: Oligor y Microscopía, Centre d’Arts Escèniques de Terrassa, Iberescena Com a colaboração de: La Máquina de Teatro Fotografias: Oligor y Microscopía, Alípio Padilha Agradecimentos: Aos escrivães Edit, Elvira e Lourdes, Manuel e Elisa, Javier e sua mãe, David e Anita, Ivan Puig, Marcela Armas, David Continente, Catalina Juárez, Dalia Huerta e Bindu, Xabi Bobés, Jordi Fondevila, Jordà Ferré, Iazua Larios, Rober, Calandria, Claudio e Charo, Lirio e Martí, Anselmo e María, Cabo San Roque, Rinoceronte Enamorado e a todas as pessoas anónimas que de alguma forma acabaram nas gavetas e caixas de La Máquina de la Soledad