Compagnie Karyatides (Bélgica)

Os heróis do romance de Victor Hugo são cuidadosamente reencarnados numa mesa, com centenas de figuras de barro e de madeira, retratando uma humanidade em busca de justiça e liberdade. Uma transposição que mantém o significado político, social e filosófico da obra original e as peripécias da sua narrativa intemporal, que aqui se (re)descobre com exaltação.

Esta é história de um homem que perdeu tudo, um pária social perseguido pelo seu passado de presidiário, que se sacrifica pela felicidade de uma criança que lhe foi confiada pelo destino. É a história de uma mulher vitimizada, reduzida a vender o seu corpo e a abandonar a sua filha; a de um polícia fanático e incansável; e de um miúdo da rua insolente e livre. A história de uma justiça iníqua; da luta interior do homem entre o bem e o mal; de uma perseguição que dura muitos anos e de um homem cuja consciência é constantemente posta à prova.

Esta é a história de um povo desesperado que se ergue e defende os seus ideais até à morte.

No centro do trabalho da companhia Karyatides está a adaptação de obras clássicas a um teatro de "figuras” que mistura marionetas, teatro de objetos, sombras, teatros de papel, artes visuais e música. Um trabalho que joga com estas linguagens, cada uma com as suas especificidades, cheio de referências, que brinca com o lugar-comum, provocando um deslocamento do qual faz brotar a poesia e, por vezes, o humor.

Prémios
- Prix du Public Festival Off d'Avignon 2015 - Catégorie Marionnettes - objet.
- Prix de la Ministre de la Culture et Coup de foudre de la Presse - Rencontres de Théâtre Jeune Public de Huy 2015.
- Prix de la Critique 2015 - Catégorie Jeune Public.

^{"E se a miniatura reforçasse os grandes sentimentos? Uma joia a não perder (...)." - E.B., Télérama}

^{"A obra-prima de Victor Hugo adaptada ao teatro de objetos. Um desafio magnificamente cumprido (...). Amplo, preciso, romântico e empenhado, o espetáculo parece-nos verdadeiro do primeiro ao último confronto entre Javert e Jean Valjean (...)." - Laurence Bertels, La Libre}

^{"Duas atrizes excecionais interpretam graciosamente todas as personagens deste romance social (...). A arte (miniatura) e a literatura como padrão de resistência. Talento esculpido em estado bruto." - Delphine Michelangeli, Zibeline}

^{"Invocar o infinitamente pequeno para falar da nossa humanidade. Esta é uma das maiores missões do teatro vivo. A Cie Karyatides assumiu este compromisso e oferece-nos uma leitura arrebatadora de Os Miseráveis (...). As duas atrizes manipulam cada objeto com grande precisão, dando-lhe literalmente vida. Não se limitam a emprestar-lhes a voz, encarnam-nos plenamente. Não há dissimulação. É um verdadeiro espetáculo teatral e coreográfico. Fascinante e extremamente engenhoso (...)." - Alice de Coccola, Io, la gazette éphémère des festivals} 

^{"A encenação é tão bem realizada que chega a ser mágica (...). Um espetáculo novo e surpreendente, baseado num grande clássico da literatura francesa que já foi adaptado ao palco e ao ecrã em diversas ocasiões. No início, perguntamo-nos o que nos espera, mas a magia do palco faz o resto. Uma bela descoberta."}

^{- Daphné Troniseck, Le Suricate Magazine}

BIO

A nossa abordagem consiste em adaptar os mitos da literatura a um pequeno palco no teatro. Centrifugamos as grandes obras da literatura para extrair "resumos" através de um processo de estilização revigorante e inovador. Com os nossos objetos, queremos deixar espaço para o imaginário, para a evocação, para a metáfora, para o que resta da alma de criança em cada espetador. Com referências conhecidas de todos, defendemos um teatro popular, visual e poético, feito de pedaços de cordel, artesanal, cru e despojado.
Depois de Madame Bovary e Carmen, figuras femininas que colocam a questão da liberdade de um ponto de vista imoral na primeira e amoral na segunda, eis Jean Valjean, a figura moral por excelência.
- Compagnie Karyatides

No centro do trabalho da companhia belga Karyatides, sediada em Bruxelas, está a adaptação de obras clássicas ao teatro de objetos. Fundada por Karine Birgé e Marie Delhaye, formadas pelo Conservatoire d'Art de Liège, a companhia tem apresentado o seu trabalho nos mais importantes festivais de teatro. Entre os seus maiores êxitos estão Madame Bovary, Carmen, Os Miseráveis ou Frankenstein, apresentado no FIMFA em 2022. Ao serviço destas histórias desenvolvem um teatro de “figuras”, que mistura marionetas, teatro de objetos, sombras, teatros de papel, artes visuais e música. Jogam com estas linguagens, cada uma com as suas especificidades, e passando de uma para a outra. Utilizam objetos manufaturados, por vezes cheios de referências, brincam com o lugar-comum, o clichê, provocando um deslocamento do qual esperam fazer brotar a poesia e, por vezes, o humor. Estes objetos, futuros heróis das suas histórias ou os conjuntos das suas aventuras, vêm de feiras da ladra, Petits Riens ou da Emmaus. Foram recolhidos ou negociados conforme as pesquisas e digressões da companhia. São quase bio, orgânicos, éticos e completamente reciclados.

_{FICHA ARTÍSTICA}

_{Inspirado no romance de: Victor Hugo Criação: Karine Birgé, Marie Delhaye Interpretação: Karine Birgé, Marie Delhaye, Julie Nathan, Naïma Triboulet (em alternância) Encenação: Félicie Artaud, Agnès Limbos Colaboração na escrita: Françoise Lott Desenho de som: Guillaume Istace Desenho de luz: Dimitri Joukovsky Esculturas: Evandro Serodio Cenografia: Frédérique De Montblanc Construção: Alain Mayor, Sylvain Daval, Zoé Tenret Figurinos em miniatura: Françoise Colpé Pintura: Eugénie Obolensky Direção técnica: Karl Descarreaux, Dimitri Joukovsky (em alternância) Ilustração, grafismo: Antoine Blanquart Produção: Elodie Beauchet Fotografias: Yves Gabriel, Alice Piemme Coprodução: Théâtre de Liège, Théâtre Jean Arp - Scène Conventionnée pour les Arts de la Marionnette, Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville-Mézières Apoios: Ministère de la Fédération Wallonie-Bruxelles - Service du Théâtre, SACD, Théâtre de la Montagne Magique, Centre Culturel Jacques Franck, Grande Ourse, Roseraie, Rotondes, Chiroux, Théâtre du Papyrus Apoio à deslocação: Wallonie-Bruxelles International (WBI)
www.karyatides.net}