Plexus Polaire (França-Noruega)
UMA CASA DE BONECAS
SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL - Sala Luis Miguel Cintra
8, 9 e 10 de maio às 20h (qui, sex, sáb)
Sessão extra: 10 de maio (sáb) às 16h
ATENÇÃO, DEVIDO À GREVE GERAL DOS TRABALHADORES DA EGEAC, A SESSÃO DE 9 DE MAIO ESTÁ CANCELADA E A BILHETEIRA ESTÁ ENCERRADA. SERÁ REALIZADA SESSÃO EXTRA A 10 DE MAIO. ⭆ PRÓXIMAS SESSÕES: 10 de maio às 16h e 20h (sáb).
Pode proceder à troca a partir de dia 10 de maio para outra data, no limite dos lugares disponíveis, ou ao pedido de reembolso até ao dia 25 de maio presencialmente na bilheteira do Teatro e pelos contactos: bilheteira@teatrosaoluiz.pt e 21 325 7651/20.
Em caso de compra online, deve contactar infoblueticket3@blueticket.pt
Espetáculo de Abertura do FIMFA Lx25 - Estreia Nacional
⇨ COMPRAR BILHETES Bilhetes: 12€ a 15€ (com descontos) Abrangido pelo Passe Cultura - disponível apenas na bilheteira do Teatro +info
Técnica: Marionetas de tamanho humano Idioma: Inglês, com legendagem em português Público-alvo: +12 (A classificar pela CCE) Duração: 80 min.
Masterclass com Yngvild Aspeli no dia 10 de maio. Informações aqui
A 25.ª edição do FIMFA abre no São Luiz Teatro Municipal com um espetáculo inspirado em Uma Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, pela reputada encenadora Yngvild Aspeli, cuja obra-prima Moby Dick maravilhou o público na abertura do FIMFA Lx21. A companhia Plexus Polaire, conhecida pelas suas encenações com marionetas de tamanho humano, regressa ao FIMFA para nos levar numa mistura virtuosa de encenação e ilusão teatral, aclamada pela crítica.
As personagens são retratadas por marionetas hiper-realistas e objetos animados para criar diálogo e tensão. As marionetas de tamanho humano são manipuladas à vista num dispositivo imersivo, onde o teatro visual, as artes plásticas e a música interagem entre si, tornando-se metáforas ideais para uma sociedade de fingimento, enquanto a sala de estar de Nora se enche gradualmente de criaturas curiosas e assustadoras. Mergulhamos num mundo na fronteira do fantástico, onde a heroína é prisioneira da sua própria teia de mentiras, tecida ao longo dos anos, e em que cada elemento visual e auditivo ajuda a ilustrar a busca de Nora pela liberdade e emancipação.
Yngvild Aspeli interpreta Nora, uma dona de casa que toma consciência do mundo de faz-de-conta em que vive, e decide deixar o marido e os filhos para se libertar das suas amarras domésticas e sociais. Yngvild tem desenvolvido um trabalho de criação marionetística singular e impressionante, no cruzamento de diferentes disciplinas. É uma das principais figuras mundiais das artes da marioneta, com as suas extraordinárias propostas cénicas para produções em grande escala. Em Uma Casa de Bonecas, oferece-nos uma leitura muito pessoal deste grande clássico da literatura norueguesa, e transforma-o numa experiência sensorial única, ao combinar teatro de marionetas, dança, voz e imagens, transcendendo as convenções para tocar as emoções mais profundas.
Uma mistura perturbadora de atores e marionetas, pássaros e corpos híbridos, ilusão e realidade, mergulha o público no centro da ação, num jogo de perspetivas que amplifica a tensão dramática.
Um espetáculo que nos assombra, encanta e liberta velhos espectros.

"Tudo começou com o som de um pássaro a bater na minha janela.
Era um dia chuvoso e eu estava sentada à mesa da cozinha, com uma grande chávena de café, um bom livro e encolhida, quando ouvi um ‘baque’ contra a janela. Este som curto, mas imediatamente reconhecível, fez-me fechar os olhos instantaneamente (...). Era como se naquele momento, em que os ossos do pássaro se tinham esmagado contra o vidro, algo de vidro dentro de mim também se tivesse partido (...). Com um suspiro, pousei o livro e dirigi-me à estante. Fiquei ali durante alguns minutos, os meus olhos a procurar entre os títulos, a minha mão pendurada nas margens dos livros. O som daquele pássaro continuava a ecoar dentro de mim. E a minha mão pousou em Uma Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen (...).
Uma Casa de Bonecas é uma casa antiga cheia de fantasmas que ainda hoje nos assombram. É uma história sobre os papéis que desempenhamos, as apostas que fazemos e as ilusões de que nos rodeamos. É sobre assumirmos o controlo e deixarmo-nos ir, e dançarmos como se a nossa vida dependesse disso."
- Yngvild Aspeli

"Encenar Uma Casa de Bonecas com marionetas? Por estranho que pareça, nunca ninguém se aventurou tão longe (...). Mas Yngvild Aspeli evita todas as armadilhas, produzindo um espetáculo extremamente poderoso, que coloca a sua inteligência das artes da marioneta ao serviço da impiedosa mecânica dramática inventada pelo seu compatriota Henrik Ibsen em 1879 (...).
O coração da peça é a relação entre as marionetas de tamanho humano, ligeiramente hiper-realistas como sempre acontece com Yngvild Aspeli, e os atores. A interação entre eles é virtuosa e fascinante (...).
E depois há as aranhas. Inicialmente minúsculas e discretas, tornam-se enormes e invasivas ao longo do espetáculo, evocando a cena-chave da peça, aquela em que Nora experimenta uma espécie de transe libertador, dançando a tarantela. Vamos guardar no coração por um longo tempo, a batalha mitológica entre Nora, magnificamente incorporada pela própria Yngvild Aspeli, e a besta com pernas tentaculares. Um espetáculo extremamente forte." - Fabienne Darge, Le Monde
"A marionetista e encenadora norueguesa Yngvild Aspeli revisita com audácia a obra-prima de Ibsen. Expressivas, as marionetas em tamanho real às quais ela dá vida são de cortar a respiração." - Libération
"Um espetáculo incrivelmente poderoso que foi unanimemente aclamado." - Stéphane Capron, France Inter
"A sua encenação (...) é uma maravilha (...). É como se Nora, para além da sua época, nunca nos tivesse falado tão diretamente da sua alma ardente, dos seus sofrimentos, das suas lutas e do seu doloroso caminho para a emancipação. Bravo!" - Emmanuelle Bouchez, Télérama
"Um trabalho poderoso, apoiado por uma partitura visual e sonora de nos tirar o fôlego (...). Plástico e esteticamente, o espetáculo é extremamente bom, graças à qualidade das imagens (desde as aparições à fluidez coreográfica) e às interpretações de Yngvild Aspeli e Viktor Lukawski. São tão convincentes na sua manipulação, como na sua interpretação. Não estamos preparados para deixar esta Casa de Bonecas." - Laura Plas, Les Trois Coups

BIO
A encenadora, atriz e marionetista Yngvild Aspeli nasceu na Noruega e é diretora artística da companhia Plexus Polaire. Desenvolve um universo visual que dá vida aos sentimentos mais profundos e ocultos, a que junta suavidade e crueldade. As marionetas de tamanho humano estão no centro do seu trabalho, mas a relação entre o ator-manipulador e a marioneta, a música, a luz e o vídeo participam na criação de uma linguagem alargada que serve e comunica a história.
Formou-se na École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq em Paris (2003-2005), e na École Nationale Supérieure des Arts de la Marionnette (ESNAM) em Charleville-Mézières (2005-2008).
Fundou a companhia Plexus Polaire em 2008, a qual agrupa uma forte equipa com vários anos de colaboração, e com novas pessoas que se juntam à companhia, consoante as criações. No seio da Plexus Polaire criou Signaux (2011), Opéra Opaque (2013), Cendres (2014), Chambre Noire (2017), Moby Dick (2020). Dracula - Lucy's Dream (2021), A Doll's House (2023) e Trust me for a while (2025). Muitos dos seus espetáculos foram grandes sucessos no FIMFA, como Chambre Noire ou Moby Dick, apresentado em 2021 no Teatro Nacional D. Maria II. As suas grandes produções continuam permanentemente em digressões internacionais por todo o mundo.
Yngvild é atualmente artista associada do CDN Dijon-Bourgogne. Desde 2022 é também diretora artística do Figurteatret i Nordland (Nordland Visual Theatre) em Stamsund, na Noruega.

Arte.tv: Des marionnettes dans la Maison de poupée d'Ibsen
FICHA ARTÍSTICA
Inspirado na peça de Henrik Ibsen / Encenação: Yngvild Aspeli, Paola Rizza Marionetistas: Yngvild Aspeli, Viktor Lukawski Música: Guro Skumsnes Moe Coro: Oslo 14 Ensemble Construção de marionetas: Yngvild Aspeli, Sébastien Puech, Carole Allemand, Pascale Blaison, Delphine Cerf, Romain Duverne Cenografia: François Gauthier-Lafaye Construção de cenografia: Eclektik Sceno Desenho de luz: Vincent Loubière Figurinos: Benjamin Moreau Desenho de som: Simon Masson Técnico de palco e manipulação: Alix Weugue Dramaturgia: Pauline Thimonnier Coreografia: Cécile Laloy Direção de produção e difusão: Claire Costa Administração: Anne-Laure Doucet Logística: Iris Oriol Produção: Noémie Jorez Fotografias: Johan Karisson, Tomas Lauvland Pettersen, Christophe Raynaud de Lage Coprodução: Théâtre Dijon Bourgogne CDN, Les Gémeaux - Scène Nationale de Sceaux, Le Bateau Feu - Scène Nationale de Dunkerque, Le Trident - Scène Nationale de Cherbourg, Le Manège - Scène Nationale de Reims, Figurteatret i Nordland Stamsund, Baerum Kulturhus, Nordland Teater, Mo i Rana, Teater Innlandet, Hamar, Festival Mondial des Théâtres de Marionnette de Charleville-Mézières, Ljubljana Puppet Theatre Apoios: Kulturrådet / Arts Council Norway, DGCA Ministère de la Culture, DRAC et Région Bourgogne Franche Comté, Département de l’Yonne
www.plexuspolaire.com
