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Bonecos de Santo Aleixo (Portugal)

AUTO DA CRIAÇÃO DO MUNDO

 

TEATRO TABORDA

18 e 19 de maio às 19h (ter, qua)

 

⇨ BILHETEIRA ONLINE     Bilhetes: 8€ (preço único)  +info

Técnica: Marionetas de varão Idioma: Português Público-alvo: +6 (A classificar pela CCE) Duração: 70 min.

 

Pela quinta vez no FIMFA, Senhoras e Senhores, os Bonecos de Santo Aleixo! Únicos no mundo, ingénuos, puros, malandros e irreverentes... ninguém do público estará a salvo das suas piadas!

Estes títeres tradicionais do Alentejo parecem ter tido a sua origem na aldeia que lhes deu o nome. São marionetas de varão, manipuladas a partir de cima, à semelhança das grandes marionetas do Sul de Itália e do Norte da Europa, mas diminutas, entre 20 e 40 centímetros, feitas de madeira e cortiça, vestidas com um guarda-roupa que permite, como no teatro naturalista, identificar as personagens da fábula contada. O essencial dos meios utilizados é composto por um lugar de representação chamado “retábulo”, construído em madeira e tecido florido, reproduzindo um palco tradicional em miniatura, com pano de boca, cenários pintados e iluminado com candeias de azeite. Possui uma rede dupla de cordéis, colocada verticalmente entre os Bonecos e o público. Os manipuladores estão ocultos por panos de chita. A música, guitarra portuguesa e cantigas, é interpretada ao vivo e os textos, transmitidos oralmente, resultam de uma fusão entre a cultura popular e uma escrita erudita. O repertório consiste em peças de tradição secular, de teor basicamente religioso, para além de outras, cujos textos pertencem, em geral, à chamada literatura de cordel. A representação inicia-se sempre com o Baile dos Anjinhos ou Contradança. As figuras carismáticas são o Padre Chancas e o Mestre Salas, que, por tradição, tem uma moca, com a qual castiga ou abraça o Padre, enquanto este prega.

 

BIO

As referências mais antigas remontam ao século XVIII, mas os Bonecos que chegaram ao século XXI foram revelados por Michel Giacometti e Henrique Delgado, a partir de 1967, e terão tido origem em meados do século XIX. Os textos terão sido “criados” ou “reelaborados” por um certo Nepomucena, e transmitidos oralmente, de pais para filhos, bem como o estojo de bonecos, até chegarem ao casal Manuel Jaleca e a Antónia Maria, que os recebera dos seus antepassados. Este agrupamento percorria o Alto Alentejo numa carroça puxada por um muar, exibindo-se, geralmente, em palheiros ou celeiros. Jaleca, em colaboração com António Talhinhas, prossegue a tradição, acabando este por lhe adquirir todo o material. Em 1978 a Assembleia Distrital de Évora adquiriu o espólio e entregou-o ao Centro Cultural de Évora, que, desde 1980, fez a recolha do repertório e, através de ensaios com o próprio Talhinhas, formou uma nova “família” com atores profissionais. A pesquisa foi assegurada por Alexandre Passos que acompanhado por Manuel da Costa Dias garantiu também a recolha do repertório na primeira fase. A partir da fixação desta nova “família” dos Bonecos, a conclusão da recolha foi assegurada pelos atores que a constituem. Estes garantem a permanência do espetáculo, assegurando assim a continuidade desta expressão artística alentejana e única no mundo.
Conhecidos e apreciados em todo o País, com frequentes deslocações aos locais onde tradicionalmente se realizava o espetáculo, os Bonecos de Santo Aleixo, propriedade do Centro Cultural de Évora, participam habitualmente em muitos eventos internacionais fora do País e são anfitriões da BIME - Bienal Internacional de Marionetas de Évora.

 

 

FICHA ARTÍSTICA

Atores-manipuladores: Ana Meira, Gil Salgueiro Nave, Isabel Bilou, José Russo, Vítor Zambujo Acompanhamento musical: Gil Salgueiro Nave Fotografias: Paulo Nuno Silva 

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