Jean-Pierre Larroche - Les Ateliers du Spectacle (França)

O músico apodera-se dos sons dos dispositivos que ela manipula. Absorve-os, capturando-os no microfone para os fixar, transformar, guardá-los na memória e injetá-los na sua música. Os dois dão voltas na música, pesquisam-se ruidosamente, provocam-se com sons, e constroem a sua canção.

Objetos e máquinas sonoras encontram-se nas mãos de artistas que os instrumentalizam à sua maneira. Mas nem sempre corre tudo como se espera, acontecem coisas estranhas e cheias de humor, como uma vassoura que atravessa o palco, produzindo uma série de distúrbios sonoros, um gravador que avança a coxear, ou um machado que cai e corta um cabo de alimentação... Mas afinal, quem está no comando?

No cenário incrível imaginado por Jean-Pierre Larroche, o duo de electropop UTO formado pelo músico Émile Larroche e pela cantora e letrista Neysa Barnett fazem-nos descobrir os felizes acidentes que ocorrem entre os motores mecânicos ou eletrónicos e os humanos.

Jean-Pierre Larroche soube criar um estilo próprio e é um mestre na manipulação de objetos. O seu notável universo estético é tão singular, quanto erudito. A experiência oferecida por esta criação é baseada na noção de acidente e na musicalidade dos acidentes. Para um bom ouvinte...

^{"Ainda podemos surpreender os adultos? Sim, podemos. Pelo menos se o nome for Jean-Pierre Larroche e experimentar um profundo prazer e atração perante os objetos, pelo inesperado e o acaso. Com razão, ele é chamado de mestre-de-cerimónias do teatro de objetos. Grandioso."} 

^{-Ronny V. Wangenheim, Ruhr Nachrichten}

^{“Uma bricolagem sonora e visual para um miniconcerto cheio de vida (...). Um devaneio musical encantador.”} 

^{-Mathieu Dochtermann, Toute la Culture}

BIO

O "realizador de espetáculos" Jean-Pierre Larroche criou a companhia Les Ateliers du Spectacle em 1988. Os seus espetáculos são escritos com os seus desenhos, as suas palavras e os autores que o acompanham. Gosta de puxar muitos fios no palco, usa giz e pincel, brinca com as palavras, mexe com as causas e os seus efeitos, trabalha no palco com máquinas e dispositivos de ação remota. É cenógrafo e trabalha ocasionalmente com outros encenadores ou coreógrafos, Richard Dubelski, Pascale Houbin, Georges Appaix, Etienne Pommeret, Michel Rostain, Thierry Roisin, Michel Dubois, Vincent Colin, Laurence Février, Philippe Genty, Mireille Larroche, Farid Paya, Jean-Christophe Bleton, Nadine Varoutsikos, entre outros. Dirige workshops em escolas de arte ou meios escolares e pratica outras atividades interessantes como a invenção de um gabinete de curiosidades com Fabienne Yvert ou - com o Groupe n+1 - a criação de um vocabulário matemático impreciso e a realização de improvisação científica. Durante o verão de 2019, trabalhou na transformação de Saint Pardoux, uma vila em Corrèze, num museu efémero. Para além de ilustrador, constrói objetos e instalações. É professor na  École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs em Paris. É arquiteto de formação e constrói cabanas muito especiais. Tivemos a oportunidade de ver o seu espetáculo Tête de Mort no FIMFA Lx12.

_{FICHA ARTÍSTICA}

_{Conceção: Jean-Pierre Larroche, Émile Larroche, Neysa Barnett, Serge Dutrieux e a colaboração de Léo Larroche Com: Neysa Barnett, Émile Larroche Desenho de luz: Jean-Yves Courcoux Desenho de som: Julien Fezans Construção do dispositivo: Jean-Pierre Larroche, Etienne Tortosa, Emilien Diaz Produção: Les Ateliers du Spectacle Coprodução: Les Transversales - Scène conventionnée de Verdun, Athénor Scène Nomade - CNCM, Saint-Nazaire Apoios: Anis Gras – Le lieu de l’autre – Arcueil. A companhia Les Ateliers du Spectacle é convencionada pelo Ministère de la Culture - Drac Île-de-France e por Région Île-de-France}